quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sacrifícios

Quando uma tribo Celta chegava à conclusão de que havia ocorrido um desagrado dos Deuses faziam algum sacrifício humano para acalma-los. As vezes o escolhido para tal honra era o jovem mais forte,bonito e saudável,e nem mesmo havia conhecido uma mulher. Mas não poderia ser obrigado.
O escolhido estava longe de ser considerado uma vítima,era um herói,porque isso o tinha sido ensinado desde pequeno. Quando chegava a Lua cheia,se vestia com suas melhores roupas;calças de festa,túnica curta,botas e um casaco comprido,além de uma espada dada por seu pai.
As pessoas assistiam seu caminho com o mais respeitoso silêncio.Em seguida todos caminhavam para o local do sacrifício. Se embrenhavam no bosque até chegar ao local onde ardia a fogueira que os druidas haviam acendido junto ao círculo de estacas. Sobre estas estavam as cabeças de outros heróis do passado,algumas simples crânios devido ao muito tempo desde sua morte.
O rapaz parava em frente ao drúida,que lhe entregava um prato com sua ultima refeição,bolos de trigo e cevada e um cálice de vinho não fermentado. Então,depois de limpar os lábios com um pano,começava a despir-se,mantendo apenas o torque.
Continuava esperando em pé,ansioso. Um drúida se aproximava por trás e aplicava um forte golpe de espada em sua nuca,a mesma espada que seu pai havia lhe dado quando se vestia. esta é a primeira morte do herói.A segunda ocorria quando o drúida passava uma corda em volta do pescoço do corpo e o estrangulava com violência,apesar de saber que já estava sem vida.E a terceira,final, ocorria quando lhe cortava a cabeça com uma faca sagrada.
Sem lágrimas nem arrependimentos,todos voltavam para a aldeia,onde esperavam que os Deuses voltassem a protege-los.
Esta não era a única modalidade de sacrifício dos Celtas,dependia de a que deus ele era oferecido,alguns eram inofencivos,outros realmente cruéis.
Andromeda (mitologia grega) era filha de Cepeu e Cassiopeia,rei e rainha do reino finício da Etiópia.
Sua mãe um dia disse que ela era mais bonita que as Nereidas,ninfas filhas de Nereu,que geralmente é visto acompanhando Poseidon. Para punir a rainha por sua arrogancia,Poseidon enviou um monstro marinho,Cetus, para atacar o reino da rainha vaidosa. O rei, desesperado,consultou Ammon,o oráculo de Zeus,que anunciou que não haveria paz enquanto o rei não sacrificasse sua filha Andromeda para o monstro. O rei não teve outra escolha a não ser seguir o conselho,e Andromeda foi acorrentada a um rochedo,para que fosse devorada.
Perseu,retornando após ter assassinado a Medusa,encontra Andromeda e mata o monstro Cetus. Libertou-a e casou-se com ela,apesar de Andromeda ter sido prometida anteriormente a Phineus.No casamento ocorreu uma desavença entre os rivais,e Phineus foi transformado em pedra por ter visto a cabeça da Medusa.
Andromeda seguiu o marido para Tirinto,em Argos,e juntos eles se tornaram os ancestrais da família Perseida.
- Esta imagem do sacrifício, estruturada por hábitos e crenças de culturas antigas,apesar de manterem o princípio da entrega,é incompatível com os pilares mais puros da Bruxaria,que visa o culto à Natureza e o respeito a todas as formas de vida.
Sacrifício significa "tornar algo sagrado",porém tanto sangue foi derramado em vão,em nome do sagrado,que a palavra esvaziou-se do seu sentido original.
Sacrificar-se é doar-se,no melhor que se pode ser por um bem maior, com plena consciencia de que este é um ato de amor. Uma entrega da vida,não atravéz a morte,mas do esforço e dedicação durante a vida em função do que se visa. Esta doação,pela sua carga afetiva e sincera por sua vez só tende a atrair as mesmas energias de bondade e compaixão,o que faz com que as coisas tomem o melhor rumo. A partir do momento em que algo é tornado sagrado,assume-se o compromisso de torna-lo um instrumento dos Deuses para que apenas boas coisas provenham dele.
Os exemplos dos Heróis Celtas e Andromeda,ao disporem de suas vidas por suas nações devem servir para mostrar que toda entrega deve ser pura e consciente, livre de remorços e motivos mesquinhos.
A própria razão justa pela qual se luta já é a maior das recompensas.