Muito se especula acerca das origens do tarô, a maioria dos estudiosos do tema concordam que provavelmente os 22 arcanos maiores foram criados separadamente dos 56 arcanos menores.
Os jogos de cartas entraram na Europa através dos mamelucos da Pérsia, cujos jogos tinham naipes muito semelhantes aos naipes latinos, italianos e espanhóis: espadas, bastões, copas e ouros, porém sem as alegorias de significado.
Os arcanos maiores, segundo os registros mais antigos encontrados, são oriundos do norte da Itália e foram posteriormente agregados às cartas do baralho árabe, possivelmente nesta junção é que foram criados os significados para os arcanos menores, que não são aleatórios. O sentido da carta é diretamente ligado ao simbolismo do naipe, ao elemento referente a cada naipe e à numeração, sendo as cartas de Copas do elemento água, referentes ao plano emocional, Espadas, do elemento ar, ao plano mental, Ouros, do elemento terra, ao plano material e Paus, do elemento fogo, ao plano espiritual. Todas as cartas numeradas seguem uma progressão em seu significado, sendo assim, todas as cartas 1 tem sentido de início, todas as cartas 9 possuem sentido de término,
os 10 representam as resultantes do fim, o estágio pós término.
As 16 figuras dos arcanos menores – Reis, Rainhas (ou Damas), Cavaleiros e Valetes (ou Pajens), repetidos em quatro naipes — Paus, Ouros, Espadas e Copas — constituem personagens intermediários entre a abstração dos números — cartas de 1 a 10 — e os arcanos maiores com suas representações humanas e animais claramente diferenciadas entre si. As figuras ocupam, desse modo, um posto duplo no baralho: estão encadeadas à ordenação dos naipes e, ao mesmo tempo, fazem ponte com os modelos dos arcanos maiores. Embora repetidas em cada naipe, são muitas vezes consideradas como um terceiro grupo de cartas. Todas as cartas da corte representam pessoas.
Os 22 arcanos maiores, provenientes da Itália, podem ser numerados ou não, e mesmo quando numeradas as cartas não tem uma sequência facilmente compreensível, como acontece com os arcanos menores. Estes 22 arcanos representam ps aspectos que regem a vida humana e as energias que nos envolvem, como o Amor, a Morte e a Justiça, enquanto os arcanos menores representam situações.
O tarô mais antigo de que se tem notícia é o Visconto-Sforza. A casa Visconti Sforza, que governava Milão no século 15, encomendou alguns jogos de tarô a artistas da época. Como testemunho disso sobreviveram cartas de 16 baralhos diferentes, que estão entre os mais antigos já encontrados. O mais completo deles, com 74 cartas das 78 originais, é chamado Pierpont-Morgan porque 35 de suas cartas estão hoje na biblioteca-museu Pierpont Morgan, em Nova York. (As demais cartas estão em duas instituições na Itália). São editadas atualmente pelo menos duas versões desse tarô:
Visconti-Sforza Pierpont Morgan
Trata-se de uma reprodução do tarô original conservado nos museus, e mantém inclusive o mesmo tamanho (maior do que o das cartas de hoje) e o estado das cores e desenhos (já desgastados). As 4 cartas que faltavam no tarô original foram recriadas. As cartas não têm nome. Exceto por isso, o baralho tem todas as mesmas características (quanto aos naipes, figuras etc) dos tarôs “de Marselha”, que aliás se supõe terem sido baseados diretamente nos tarôs do norte da Itália.As 4 cartas que faltavam no tarô original que chegou até nós, foram recriadas: o Diabo, a Torre, o Cavaleiro de Ouros e o Três de Espadas.
Tarô Visconti-Sforza (restaurado por A. A. Atanassov)
Trata-se de uma bela e fiel restauração do baralho original, que tenta apresentar as cartas como elas devem ter sido quando novas, inclusive com abundante uso de folhas de ouro. Parecem existir apenas duas modificações: o tamanho das cartas foi reduzido para o que se usa hoje, e as cartas ganharam nome – grafado em diferentes línguas na lateral esquerda.Um dos raros pontos discutíveis dessa restauração de Atanassov é a reinvenção do
Diabo (carta inferior, à direita) num padrão iconográfico incoerente com o estilo original.
Atualmente a enorme maioria dos tarôs seguem a estrutura do tarô de Marselha ou Rider Waite, que por sua vezes seguem o padrão italiano antigo, com alterações na icnografia e divergências (mesmo que pequenas) nos significados, visto que cada tarô é uma proposta de interpretação de quem o idealizou. Há também tarôs absolutamente diferentes em termos de estrutura, icnografia, número de cartas e significado como o Petit Lenormand, que deu origem aos baralhos ciganos modernos. Alguns tarólogos se recusa a chama-los de Tarot, chamando-os apenas de baralhos divinatórios, por não serem compatíveis ao padrão italiano, eu não vejo problema nenhum em toma-los por tarô.
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